Rádio Futaba 10J - mito? verdade? confusão?

[Anselmo.rt]

Fala pessoal,

Gostaria de discutir tecnicamente sobre os rádios da família J da futaba, especificamente o 10J. Adquiri esse rádio na TowerHobbies recentemente e pretendo utiliza-lo num avião 50CC a gasolina por achar que é um excelente rádio com um dos melhorias custo/beneficio da futaba.

Nas pistas que frequento ouço falar muito mal desse rádio porém ninguém consegue dar uma explicação técnica do porque. Já ouvi de pilotos que voam profissionalmente dizerem que esse rádio não serve para gasolina e que já presenciaram lenhas, mais não sabem dizem o motivo. Inclusive aqui no fórum possui um tópico sobre essa "fama".

Entrei em contato com o fabricante para saber se esse rádio realmente possui algum tipo de limitação e a resposta foi que ele é altamente recomentado para a categoria Giant gasolina e que seu alcance é full. O unico alerta dado por eles foi de uma atualização do firmware para resolver um bug na telemetria.

Nas pesquisas que fiz nos foruns americanos e ingleses não encontrei nenhum vestígio dessa má reputação e nem sequer algum relato de falha na comunicação com o avião.

Aqui no Brasil ouço falar que esse rádio não tem antena e que seu alcance é park flyer. Essas duas afirmações não tem cabimento, já que esse rádio possui duas antenas internas fixas conforme a figura 1. Sobre o alcance a Futaba afirmou não ter limitação e que seu range é full, como os outros rádio.

Acredito que o único ponto que cabe discussão é na posição da antena que esta na horizontal e tangenciando o rádio. Essa posição contraria a posição normalmente utilizada pelos aeromodelistas que é a posição vertical. A figura 2 mostra a dissipação do sinal e o ponto de menor ganho.

Minhas perguntas são:

- Alguém possui uma algumas explicação técnica que justifica a má fama desse rádio para gasolina?
- Será a posição fixa da antena que põe em risco esse projeto e derruba aviões? futaba ocultaria essa característica?
- Alguém utiliza os radios 6J, 8J ou 10J em aeros gasolina?

Espero contar com a ajuda de todos.
Abraço.

[Anselmo.rt]

complemento:
Range test de 3km:
https://www.youtube.com/watch?v=E3Rd8n6MZEM

Range test de 4.2km
https://www.youtube.com/watch?v=i1SrPCPtVJI

[Wesley_Sniper]

Onde voamos, foram 4 radios desse modelo que apresentaram esse problema de alcance, sendo 2 com o mesmo dono... não é mito, eu e outros usuários aqui do fórum presenciamos o fato!

Digo isso com total certeza, pois a instalação estava como manda o manual.

Compraria qualquer outro modelo da futaba.. mas por segurança, este modelo não arriscaria.



Abraços!

[Anselmo.rt]

Wesley,
O avião era gasolina? você poderia dar mais detalhes sobre o ocorrido? alguma pista que nos ajude a entender tecnicamente onde está a falha no projeto desse rádio?

[LaercioLMB]

Seu lóbulo de irradiação está errado, embora a lógica esteja certa.
A posição da antena também está certa já que o sinal é enviado do centro para os lados da antena e não da ponta dela como a maioria imagina(va).
Vertical significa antena apontada para cima e nessa faixa 2.4 GHz é errado, pois quando o aeromodelo está voando, o rádio geralmente está inclinado para ele e se a antena estiver na vertical, estará apontando quase que diretamente para o aeromodelo, onde o ganho do sinal é mais fraco.
Se deita a antena para os lados, para a frente do rádio ou para trás do rádio, mas nunca se deixa ela na vertical em relação ao rádio em pé sobre a mesa.
Vejo muitos aeromodelistas voando com rádios 2.4 GHz com a antena totalmente levantada como se fosse um rádio 72 MHz.
Nos 72 MHz a regra é a mesma, mas como as antenas eram bem longas, ficava inviável deixá-las inclinadas para qualquer lado, pois iriam bater em alguém ou em alguma coisa que vir a quebrar, mas como a onda do 72 MHz é muito maior do que a onda do 2.4 GHz, a posição da antena não interferia muito nesse caso, somente era obrigatório que a antena estivesse totalmente estendida sempre.
Sobre o alcance do rádio, não depende do rádio e sim dos receptores, se não, por diferenciariam os receptores park flyers e full range?
No lançamento dos rádios série J, não todos, houve um receptor que os acompanhava que tinha um alcance de somente 1000 m, enquanto os full eram de 1600 m e ainda o são, 1600 m.
Os receptores de 1000 m foram retirados de linha e ficaram somente os full.
é um mito dizer que um rádio tem tanto de alcance, pois isso não depende do rádio, embora a potência de transmissão possa decidir o alcance final do sinal, mas todos tem praticamente a mesma potência, variando de marca para marca de rádio.
Sobre os modelos à gasolina, ainda há muita desinformação quanto a instalação correta de um receptor, bateria e sistema de ignição, pois vários fazem cada um a sua maneira alegando estarem certos e culpam os rádios quando algo sai errado.
O mesmo ocorre com o 6J e 8J que quando lançados tinham receptores de menor alcance, mas hoje não tem mais, tanto é que essa informação de 1000 m estava no site da própria Futaba e hoje não há mais essa informação, pois foi alterado o receptor que vem com esses rádios.
Park flyer é de alcance em torno de 300 m, full é em torno de 1600 m.
Pegue um aeromodelo de 80 cm de envergadura e coloque ele a 300 m de você na rua e veja o quão é difícil de ter boa referência dele, agora pegue um aeromodelo de 200 cm de envergadura e o coloque a 1600 m de você e veja o tamanho que ele fica.
Tem receptores que conseguem ir mais longe que isso? Sim, tem, mas o 1600 m é a distância segura de sinal, acima disso, é por conta e risco de cada um e somente com FPV para voar mais longe que isso, pois a olho nú ninguém voa a mais de 1000 m de distância.
Com a febre do FPV, os fabricantes estão investindo um pouco mais no alcance dos receptores e pouca coisa mudou quanto a potência de transmissão dos rádios, pois há limite de potência de transmissão exigidos pelos países e não é a bangú, fazer rádios cada vez mais potentes para terem maiores alcances.
Existe sim muito rádio mal instalado aqui no Brasil e vemos em fotos, cada ninho de passarinho feito com os fios dentro de um aeromodelo e depois o pessoal quer botar a culpa nos rádios e receptores, quando na verdade a culpa é totalmente da preguiça deles em organizar tudo como deveria ser.

[Anselmo.rt]

Laercio, obrigado pela sua explicação.
A informação de que antes esse rádio via com receptor park flyer confere. Atualmente os receptores que o acompanham são full range.

Tem um relato aqui no forum de interferência da ingnição com mal contato na vela. Até agora temos dois fatos que culpariam injustamente esse rádio:
1) mal contato no cachimbo da ingnição com a vela ocasionando interferência na recepção do sinal, sendo agravado pela instalação incorreta do receptor.
2) receptor de 300m distribuido nas primeiras versões do rádio


Laercio, você consegue identificar alguma limitação no uso desse rádio com aero gasolina? vc usaria essa combinação radio x avião?

[LaercioLMB]

Não, os receptores que vinham com ele antes não eram park flyers, note bem o que falei.
Park flyer é de 300 m e full é de 1600 m, mas os que vinham com os rádios da série J, eram de 1000 m.
Por que isso? Não faço a menor ideia, não sei o que a Futaba queria com isso, talvez diminuir custo de receptor, mas 1000 m de park flyer não tem nada.



Sobre a limitação, qualquer rádio irá apresentar problemas se mal instalado dentro do aeromodelo, pois os modelos à gasolina todos nós sabemos que são críticos em sua instalação, devido a interferência gerada pelo sistema de ignição do motor.
A colocação de alumínio na parede de fogo é uma boa alternativa para bloquear a interferência da ignição e bateria da ignição de forma alguma pode ficar dentro do modelo junto com a bateria do receptor, tem que ficar no compartimento do motor e a haste que liga o servo no acelerador, tem que ser de fibra de vidro, jamais se usa qualquer tipo de arame para fazer essa ligação, mas a maioria insiste em fazer com arames.
Fios retos, o mais curtos possíveis e sem ficarem enroladinhos também é fundamental e o receptor com a antena se for possível, na cauda do modelo ou o mais para trás possível.
Sistema 2.4 GHz não é e nunca foi imune a interferências, a única vantagem dele em relação ao 72 MHz é não precisar cuidar se tem outro rádio com o mesmo canal ligado na mesma pista, pois isso derrubava muito aeromodelo, um voando e outro no hangar ligava o rádio para testar o aero e pimba, caia o outro por perda de controle já que ambos estavam operando na mesma frequência.
Posição das antenas do rádio e do receptor também são importantes, pois muitos voam com 2.4 pensando ser igual ao 72 e voam com a antena do rádio reta para cima, as antenas do receptor encostadas nas baterias e se são duas, em paralelo uma com a outra e por aí vai.
Os rádios dão problema? Sim, qualquer um pode dar problema, mas 90% dos problemas são daquela pecinha que segura o rádio e põe a culpa em tudo, menos a ignorância dele em admitir que faz errado.

[Anselmo.rt]

Um exemplo de receptor de 1000m da futaba é o R6106HFC que continua sendo comercializado e a futaba o categoriza de Mid-Range. Calculando o alcance dessa categoria pelas informações do Laércio, temos: (1600+300)/2=950m que é o range médio da futaba. As informações estão batendo e acredito que era essa a categoria de receptor que acompanhava os rádios da familia J antigamente.

Mesmo antes a limitação estava nos receptores e não no rádio. Bastava o proprietário comprar um receptor full range que o problema estava resolvido. Hoje esse rádio vem acompanhado do receptor R3008SB que é um full range.

Pelas informações técnicas colhidas até agora não encontramos limitações nesse rádio que inviabilize seu uso com aeros a gasolina. TECNICAMENTE o MITO está vencendo.

Laercio, essa também é a sua conclusão?
Wesley_Sniper, você poderia dizer mais ou menos a época que você presenciou as lenhas com esse rádio?

Abraço a todos.

[LaercioLMB]

É isso mesmo Anselmo, os receptores que acompanham o rádio agora são full e se ainda tiver algum com o receptor "antigo" é só não usar ele (receptor).
Como você disse, o alcance dos rádios não está no transmissor e sim no receptor, se não, como uma potência de transmissão que alcance 1600 m em um receptor full, chegaria somente a 300 em um park flyer sem fazer nenhuma alteração no sistema de transmissão do rádio?
Eu deveria ter salvo a página da Futaba quando eles alertavam sobre o uso em modelos à gasolina justamente pelas dimensões grandes dos modelos e o receptor ser de médio alcance por assim dizer.
Infelizmente ainda teremos muitos problemas com aeromodelos à gasolina justamente pela má instalação do equipamento em seu interior, coisa que a maioria insiste em repetir o erro culpando o rádio seja que marca e modelo for.

[johndss]

Srs.. estou prestes a adquirir esse rádio. Um amigo teve problemas com um Aurora oné não sabemos se foi realmente uma interferência ou olhoferencia de outros... fatô é que ao chegar no campo um colega disse que aquele rádio tinha um bug etc etc. Ao voar meu amigo fez uma curva o modelo respondeu mal... daí ficou aquela pulga atrás da orelha daí vendeu o rádio e comprou um 10j... Ele voa com um yak da peak models 26% com um dle30 até hoje não teve nenhum problema com o 10j. Embora voou pouco com o rádio novo mas não tivemos nenhum susto até então. E eu aqui na dúvida se pego um 14sg e pago 500 reais de juros... ou se pego o 10j sem juros no ml. Tenho tb um yak26% um cessna top flite que pretendo colocar pra voar ano que vem e um super stunts. Dúvida cruel!!!!