Resolvi compartilhar com a galera a montagem do meu TBS Discovery, além de ser um review básico de alguns pontos que sempre me geravam dúvidas e que poderá ajudar aos indecisos na hora da escolha.
Antes de mais nada, vamos às especificações:
- 4x motores DJI E300 2212 @ 920Kv
- 4x Hélices Self Tightening DJI 9.4x4.3
- 4x ESCs DJI E300 de 15A (3 ~ 4S)
- 4x DJI black Legs
- Controladora Naza V2 com GPS
- Sistema de Rádio 2.4 GHz FrSky em SBUS + Taranis x9D;
- OSD (On Screen Disply) TBS Core integrado (Informações em tempo real de corrente, tensão e qualidade do link de rádio)
- Transmissor de vídeo LawMate de 500mW
- Bateria Lipo 4S - Zippy Compact 4000mAh x 25C
- Gimbal Tarot T-2D
- Câmera primária: Sony Super HAD 600TVL CCD
- Câmera secundária: GoPro Hero 3 Black Plus
- Autonomia: 13 Minutos normais + 3 para emergências...
com um consumo de 80% da bateria- Peso: 1527g ou 381g por eixo.
Design
Uma das lições aprendidas nos discursos e entrevistas de Steve Jobs, design é função e não forma e o TBS Discovery mostra o que isso quer dizer na prática.
Em primeira impressão, o Team Black Sheep Discovery, com seu frame assimétrico é na minha opinião o desenho mais bonito para quadricópteros e um dos mais funcionais. Seu design alongado permite espaço para adicionar mais hardwares auxiliares do que um frame padrão do F450, por exemplo. O seu design Flat, sem trem de pouso ou muitas sobras para cima ou para baixo, o tornam uma máquina excelente para voo em estruturas ou áreas com muitos obstáculos (para quem o faz, no caso de filmagens de projetos e áreas industriais), ou mesmo para fins cinematográficos apenas.
Seu design, com uma PCB completa e integrada, quando aliado a um receptor e controladora compatíveis com SBUS, deixa o conjunto ainda mais limpo e interessante, evitando aquele monte de cabos passando pelo frame.
Quanto a forma de montagem, não muda muito com o que encontramos no mercado, entretanto, aconselho comprar junto o novo set de parafusos que a TBS disponibiliza, ou utilizar o set de parafusos disponibilizados pela DJI, uma vez que os que acompanham o kit parecem ser de cera, suportam torque uma única vez e se precisar remover algum, não o recoloque, troque-o imediatamente!!! Eu montei o meu utilizando o kit E300 e os parafusos que vem neste kit são simplesmente fantásticos, e todos são compatíveis com o Discovery.
TBS Core
Bem, este é um ponto a se considerar, positiva ou negativamente... O TBS Core, em sua versão básica não é muito funcional e seu OSD, sinceramente não me parece tão calibrado assim como a TBS afirma. Por mais que a leitura de tensão seja bem coerente a de corrente não parece ser e vou esperar meu módulo de telemetria de corrente da FrSky chegar para ver se estou certo ou errado, mas até lá, continuo achando que há algo estranho...
Este Core é muito funcional no quesito regulador/estabilizador de tensão para a câmera e o VTX, disponibilizando tensões de 5V e 12V com duas linhas separadas, o que possibilita a utilização de câmera e VTX com tensões diferentes ou mesmo os dois com a mesma tensão. Ao modelista, cabe avaliar as reais necessidades do projeto antes de comprar um Core, seja esta versão, ou versões mais novas utilizadas no modelo Pro. Avaliar o hardware que será embarcado, principalmente a controladora e o sistema de rádio fará com que se evite embarcar duas coisas no multimotor com a mesma função, consumindo espaço, carga útil e recursos financeiros. Um exemplo disso é quem usa controladora Naza V2 conectada um dos módulos iOSD da DJI. Neste caso, o Core é 100% dispensável e obsoleto. Como não tenho o módulo iOSD, meu core vai sobreviver por mais algum tempo!
Outro ponto é a capinha metálica....nunca mais eu quero ver isto na minha frente!!! Eles a apresentam como uma forma de se evitar interferências no vídeo, e que deve ser soldada em toda a sua extensão, no terra ao redor da área do Core, mas não deixam claro que isto é necessário apenas para quem usa rádio UHF de 433 MHz. O pior de tudo, em minha opinião, é que se for necessário trocar alguma configuração do Core, como tensão da câmera, do VTX ou habilitar/desabilitar o OSD, será necessário remover a capa o que vai render uns 30 min de soprador térmico e muita coragem para remover a peça (o que o aconteceu comigo) , além de danificá-la, tornando necessária a aquisição de outra em substituição. Ou seja, uma peça 100% desnecessária para nós que utilizamos 2.4GHz e a economia de US$ 10,00 dólares...
Posicionamento de câmeras
Bom, o local das câmeras é ótimo para quem quer seguir o projeto original do Discovery, pois além de possuírem campo de visão livre de interferências, ainda contribui para manter o COG no modelo. Esta versão, ao contrário da Pro, não foi desenvolvida para o uso com Gimbal e se for necessário um (o meu caso), ele deverá ser montado seguindo algumas ideias loucas da web (a minha é uma delas) e a câmera principal de FPV deverá ser deslocada como eu fiz.
Este suporte que fiz para o meu T-2D, foi moldado em resina EasyFlo 60 da modflex, usando o próprio motor (devidamente envelopado em fita para posterior desmolde) como molde e o construí baseando na ideia de que a pressão exercida pelo plate superior contra o inferior trava o motor no interior do invólucro. Com um set, hélice/motor bem balanceados, meus vídeos saem 100% sem jello e sem a necessidade de um destes redutores de vibração que a turma usa por ai. Acabei sacrificando o COG do modelo e observei que os motores traseiros estão se esforçando mais e por este motivo, vou ter que trabalhar mais na distribuição de peso.
Montagem...(vamos parar de falar e vamos ao que interessa!)
Realizei a montagem seguindo o manual disponibilizado no site da própria TBS com alguns toques pessoais.
O Kit E300 da DJI permitiu um trabalho de primeira pelo seu acabamento superior e está dando conta do recado sem problemas e sem sofrimento. Este kit utiliza-se de um cabo coaxial como cabo de alimentação do ESC e para melhorar ainda mais o acabamento, apliquei uma capa de silicone (retirada do cabo de um motor Turnigy velho) sobre a malha e um termo retrátil fez o resto do serviço. Deixei cada cabo do esc com aproximadamente 80mm, o suficiente para deixar o cabo não ficar esticado e nem com folga demais.
O comprimento dos cabos dos motores também são do tamanho perfeito, não ficando sobrando nem faltando cabo em demasia quando os ESCs são posicionados exatamente no centro dos braços.
Bateria
O TBS possui uma limitação quanto ao tamanho da bateria, seu compartimento possui 55x36x140mm (Largura x Altura x Comprimento), sendo interessante considerar um espaço útil de apenas 52x33x140mm e isso me deixou louco quanto a encontrar a bateria ideal, uma vez que as que cabiam na altura, não cabiam na largura e assim foi.
Acabei por encontra a Zippy Compact 4S de 4000mAh de 25C, não vou discutir a bateria pois aqui não é o lugar para isso, isso é post para outro momento, entretanto deixo claro que as Zippy vem me atendendo e surpreendendo há algum tempo e nunca me deram dor cabeça.
Minha organização ficou desta forma:
- Controladora na área indicada pelo frame. Não influenciou em nada o voo da Naza, GPS travando com perfeição, modo ATTI muito estável e muito dócil de pilotar no manual.
A PMU ficou à esquerda, e soldei seu cabo diretamente nos pads de alimentação junto ao ESC do M2, pois achei os pads auxiliares de alimentação disponíveis ao longo do frame muito pequenos e incompatíveis com a bitola do cabo da PMU. Não fiquei confortável em utilizar conector neste caso, pois uma falha na alimentação da PMU pode ser motivo para perda total no equipamento.
O led foi instalado no braço do M3 voltado para trás. Fica de fácil visualização.
- O GPS foi montado na plate superior, próximo ao braço do M3, e suas coordenadas nos eixos <X,Y,Z> ficaram: <-7,-4,-13>. Utilizo declinação de -22° (negativo) devido minha localidade (Itabirito, Minas Gerais).
No mais são detalhes, como por exemplo:
Depois de testar 6 posições de antenas diferentes, sempre mantendo os 90° entre elas, achei a que o RSSI ficou entre 70~90, nos meus outros testes ele ficava em torno dos 60~80. O posicionamento “V”com 90° de abertura entre as os elementos foi fabricada usando dois tubinhos de caneta vazios e alguns pedacinhos de plástico ABS. Para quem tem impressora 3D isso aqui é manha de fazer.
Outro detalhe, troquei as antenas PCB originais do módulo X8R pelas do D8RII-Plus, e isso me rendeu uma estabilidade maior do sinal. Antes, o valor do RSSI era muito instável (não entendo de antenas) mas creio eu que seja pelo fato de a PCB utilizar um elemento plano e qualquer desvio na posição destas durante o voo, faz com que a antena saia de polarização. Devem ser ótimas para modelos de asa fixa, agora, para helis e multis, que podem se posicionar de diversas formas no espaço, creio que não.
Adicionei 4 tubinhos de fibra de carbono aos pés originais da DJI e com isso ganhei 100mm com relação ao solo e me possibilitou colocar a antena do VTX virada para baixo, o que melhorou e muito o sinal de vídeo.
Com relação ao meu link de vídeo, estou utilizando um sistema da LawMate com um VTX de 500mW de 1.2 GHz aliado com um filtro passa baixa para evitar problemas com o link 2.4GHz do rádio. Já encomendei um sitema de 5.8GHz e em breve vou trocar tudo pois vi que para a minha aplicação, 1.2GHz não é o mais indicado.
Aqui um vídeo simples filmado com o Discovery em um FDS destes por ai em um lugarejo próximo aqui da minha cidade, apenas para testar a qualidade do vídeo (neste dia estava sem o FPV, ai não tem como fazer milagre!)
Bom pessoal, é isso, espero que goste e até a próxima!
